Título "O Eternauta: Com Ricardo Darín, a ação dá lugar à tensão intensa em uma adaptação eletrizante!"do post

Menos ação, mais suspense – e o resultado é de tirar o fôlego!" Ricardo Darín troca ação por uma tensão que vai te prender até o último minuto!"

EDIVALDO SANTOS

5/5/20253 min read

O Eternauta: Uma Jornada no Tempo Entre Quadrinhos, Série e História

Já conhecia a importância histórica da HQ argentina O Eternauta, criada por Héctor Germán Oesterheld e desenhada por Francisco Solano López entre 1957 e 1959. Mas, confesso, só mergulhei de cabeça nesse universo há poucos dias. E não foi por falta de interesse: a obra ganhou releituras, sequências e spin-offs ao longo dos anos, algumas até com o retorno de Solano López. Uma verdadeira viagem temporal – ou melhor, uma bagunça digna de um viajante do tempo! Sem saber por onde começar, adiei minha jornada até agora, quando a editora Pipoca & Nanquim trouxe a HQ para o Brasil, no momento perfeito, já que a série da Netflix estreava logo em seguida.

E, cá entre nós, valeu cada segundo de espera.

A HQ tem um estilo denso, cheio de texto, diálogos que se estendem por vários quadrinhos e reviravoltas geniais (típicas da época em que foi escrita). Mesmo assim – ou talvez por isso –, levei semanas para terminar. É daquelas histórias que grudam na mente, mesmo quando você fecha o livro.

### E a série? Segue o mesmo ritmo?

Imaginei que a adaptação da Netflix manteria o tom aventureiro, quase robinsoniano, que Oesterheld tanto destacou. Mas, depois de assistir aos quatro primeiros episódios (liberados antes da estreia), uma coisa ficou clara: a série é diferente. Não no cerne da história, mas no foco.

A trama começa igual: um grupo de amigos se reúne para jogar truco (o "uno" argentino) e tomar uísque quando, de repente, uma misteriosa neve mortal cai sobre Buenos Aires – e, logo descobrimos, sobre o mundo inteiro. Quem toca nela morre instantaneamente. Os sobreviventes? Apenas aqueles que, por sorte ou esperteza, estavam protegidos.

Juan Salvo (Ricardo Darín), que nas HQs era o dono da casa, ganha ainda mais protagonismo na série. Agora, ele é um veterano da Guerra das Malvinas, divorciado, em uma busca desesperada pela filha desaparecida durante o apocalipse. Enquanto na HQ um professor de física explicava tudo com riqueza de detalhes, a série opta por um ritmo mais sufocante e visual, sem excesso de diálogos expositivos. Afinal, vivemos em 2025 – o futuro pós-apocalíptico já não parece tão distante.

### O que funciona (e o que poderia melhorar)

A direção de Bruno Stagnaro (*Okupas*) e o roteiro de Ariel Staltari acertam em cheio ao trazer a angústia coletiva para os dias de hoje. A neve mortal lembra muito nosso recente pesadelo pandêmico: o medo do ar contaminado, o isolamento, as máscaras. A série sabe explorar isso sem ser óbvia.

Os cenários – tanto digitais quanto físicos – são impecáveis, com exceção de alguns momentos com os cascudos (insetos gigantes que atacam os humanos), que às vezes parecem um pouco artificiais. Os homens-robô também poderiam ser mais sombrios, como na HQ. Mas o que mais senti falta foi a ação em larga escala, principalmente a icônica batalha no estádio do River Plate, que aqui aparece apenas como um teaser distante.

### Por que essa série é tão importante?

O Eternauta não é só uma história de ficção científica. Na Argentina, é um símbolo de resistência. Oesterheld e suas filhas foram vítimas da ditadura militar, desaparecendo sem deixar rastros. Ver Darín – um dos maiores atores do cinema argentino – no papel de Juan Salvo dá ainda mais peso ao projeto.

E o final do último episódio? Bom, sem spoilers, mas os apagões de Salvo finalmente fazem sentido. Esses seis episódios são só o começo. Darín já confirmou que os roteiros da sequência estão sendo escritos, e a expectativa só aumenta.

E você, o que achou da série? Já leu a HQ? Como compara as duas versões? Deixa nos comentários – afinal, toda boa história fica ainda melhor quando discutida coletivamente.

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Nota do Crítico: Ótimo

O Eternauta

Criado por: Bruno Stagnaro

Onde assistir: Netflix

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Será que a série vai superar o legado dos quadrinhos? Ou você ainda prefere a versão original? Conta aí!